O assédio moral no ambiente de trabalho tem se tornado cada vez mais freqüente e com a pandemia a ocorrência aumentou. A prática ocorre quando o trabalhador é vitima ações que visem constranger, pressionar, humilhar, ofender, entre outras.
Dados do Tribunal Superior do Trabalho (TST) revelam que, após uma queda, os índices voltaram a crescer no Brasil em 2021. No ano passado foram computados 3.049 processos de assédio sexual e 52.936 de assédio moral no país.
Somente no primeiro semestre de 2021 foram registradas mais de 31 mil denúncias em 347 empresas. Para efeito de comparação, 2019 e 2020 tiveram, ao longo de todo o ano, 12.349 e 12.529 casos respectivamente.
“Muitas vezes o trabalhador sofre o assédio e não percebe”, afirma a psicóloga Ana Maria Canejo, em live realizada pelo Sispesp quinta-feira, dia 17. A transmissão foi coordenada pela diretora de Assuntos da Mulher, Kátia Rodrigues.
“Entendemos que este aumento está relacionado à falta de limites da gestão em relação à suposta alta disponibilidade do funcionário, que passou a ser acessado a qualquer momento, excedendo sua jornada diária justamente por estar em home office”, comenta Kátia Rodrigues.
Conseqüências – Para o trabalhador, as conseqüências desse abuso são inúmeras. Segundo a psicóloga, “essa pressão causa um estresse afetando a saúde mental culminando com doenças como depressão, estresse, ansiedade, insônia, desânimo”.
Ana explica que as conseqüências de quem sofreu assédio moral não se limitam somente à saúde psicofísica, mas, também, gera repercussões sociais. “A vítima perde a confiança em si, tornando-se desmotivada, ficando incapaz de reunir as energias suficientes para realizar atividades simples do dia a dia, ir trabalhar ou mesmo procurar um novo emprego”, esclarece a psicóloga.
Denúncia – É dever da empresa detectar tal comportamento dentro do ambiente de trabalho e agir para resolver o problema, mas quando isso não acontece, o trabalhador deve reunir provas e levar o caso ao departamento responsável, no caso, o Recursos Humanos. “Devem ser colhidas provas como conversas por emails, gravações, mensagens e testemunhas. Tudo isso, posteriormente pode e deve ser levado ao Sindicato e ao Ministério Público do Trabalho”, orienta a diretora Kátia Rodrigues.
Mulher – A psicóloga revela que no setor publico a maior queixa de assédio é das mulheres. “Muitas vezes a mulher é vista como incapaz de assumir um cargo de chefia por e desempenhar dupla e tripla jornada. O que é uma ideia equivocada. Não dar voz, espaço ou desconsiderar a opinião ou projeto de uma funcionária é um tipo de assédio contra a mulher”, alerta ela.
Kátia destaca que o Sindicato está atento para esse cenário no setor público. “A primeira coisa que o trabalhador deve fazer é entrar em contato com o Sindicato. Nosso Departamento Jurídico e Acolhimento Psicológico está à disposição para tender o associado que precisa de apoio”, comenta a dirigente.
Apoio Psicológico – “O assédio contamina o ambiente de trabalho. Nesse sentido, o apoio psicológico é fundamental”, garante a psicóloga Ana Maria Canejo, que oferece Acolhimento Psicológico no Sispesp.
Atendimento – As sessões são virtuais de segunda e sextas-feiras, a partir das 17 horas; quarta-feira há grupo de meditação online. Ligue e agende seu horário.
Contatos – Telefones (11) 3106-5098 e 3112-8455. Email sispesp@sispesp.org.br. WhatsApp 1193700147