O Coletivo de Mulheres da Frente Paulista em Defesa do Serviço Público realizou na manhã desta segunda-feira, dia 7, debate para marcar o 08 de Março, Dia Internacional da Mulher.
Diretora de Assuntos da Mulher, Kátia Rodrigues foi uma das coordenadoras da atividade, que contou com a participação de Rosmary Corrêa, a Delegada Rose, que destacou sua preocupação com o cenário de desigualdade e violência imposto às mulheres no Brasil. A Delegada Rose, responsável pela criação da 1ª Delegacia da Mulher em 1985, é presidente do Conselho estadual da Condição Feminina (CECF).
Eleições - Kátia lembrou o simbolismo da data, ressaltando que longe de comemorar, o dia serve para reforçar o combate à violência e o feminicídio. De acordo com a dirigente, o período eleitoral é o momento de mudar a situação. “Temos bancada da bala, bancada evangélica e cadê a bancada dos servidores? Temos que eleger trabalhadores e trabalhadoras. Nós mulheres, somos maioria na sociedade mas minoria no parlamento”, criticou. Kátia completa: “Temos que trabalhar em conjunto, com as centrais, sindicais, associações de bairro pra eleger gente do povo e ter nossa representação no Congresso Nacional”.
Violência – Preocupada com o crescente número de feminicídio na sociedade brasileira, a delegada Rose alertou para cenário de violência imposto às mulheres e agravado pela pandemia da Covid-19. “A violência não diminuiu na pandemia só aumentou, pois as vitimas eram obrigadas a conviver com o agressor e muitas vezes não conseguiam denunciar”, garantiu.
Para a delegada, é fundamental que as mulheres sejam acolhidas quando procuram ajuda, o que muitas vezes não acontece nas Delegacias. “Temos um atendimento especializado na Casa da Mulher Brasileira, mas essas vítimas devem se sentir acolhidas em qualquer delegacia diante da sua situação de fragilidade”.
Repúdio - Parlamentares acompanharam o debate e fizeram uso da palavra. A deputada Mônica Seixas e o deputado Carlos Giannazi , reforçaram o repúdio à atitude do deputado do deputado Arthur do Val (Podemos-SP).
Na sexta-feira (04), alguns áudios enviados pelo deputado , também conhecido como Mamãe Falei, vieram a público expondo a maneira repugnante que tratou mulheres ucranianas. Em visita ao país nos últimos dias, enviou áudios comentando como as mulheres locais seriam supostamente “fáceis por serem pobres”.
A Fessp-Esp se une a inúmeras entidades e parlamentares contra essa postura. Para a Federação, o deputado todo seu despreparo para ser um represente do povo e por isso não deve permanecer como deputado e deve ser cassado. Clique aqui e leia Nota de Repúdio.
Agenda - Na terça-feira, 8 de março, as atividades continuam. A partir das 7 horas, haverá um ato no Viaduto do Chá (região central) com uma arrecadação e distribuição de alimentos.
Na parte da tarde, a partir das 16 horas, haverá um Ato "Pela vida das mulheres: Bolsonaro nunca mais! Por um Brasil sem Machismo, sem Racismo e sem Fome!", no Masp, na Avenida Paulista. De lá, as manifestantes farão passeata até a Praça Roosevelt, na região central. O ato reúne entidades feministas, sindicais e partidos políticos.