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Sindicato Dos Servidores Públicos Do Estado De São Paulo

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Negacionismo de Bolsonaro matou mais de 4.5 mil trabalhadores da saúde no Brasil

  • IMPRENSA
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  • OUT 2022
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  • Noticias 76

A Internacional de Serviços Públicos (ISP) avaliou o impacto da Covid-19 entre profissionais da saúde do Brasil, em um estudo produzido pelo estúdio de inteligência de dados Lagom Data. Foram cruzados dados oficiais do Ministério da Saúde e pelo Ministério do Trabalho.

O levantamento inédito revela como mais de 4.5 mil profissionais de saúde pública e privada morreram no Brasil na primeira onda da pandemia, entre março de 2020 e dezembro de 2021. No mesmo período, o governo brasileiro negou a extensão da doença e atrasou a entrega de exames vitais. Grande parte desses trabalhadores não dispunha de equipamentos básicos de proteção e a maioria não possuía vínculo formal de trabalho. Oito em cada dez dos que morreram salvando vidas na pandemia eram mulheres.

A pesquisa segue o lançamento no país do documentário interativo “Behind The Mask” , que denuncia a situação em quatro países por meio da Covid-19. Zimbábue, Paquistão e Tunísia foram os outros países escolhidos.

No episódio que se passa no Brasil, a segunda da série, a enfermeira Graciete Mouzinho, de Manaus, é a personagem central. Graciete, em meio ao caos da pandemia, recolhe depoimentos de trabalhadores para construir um processo judicial contra o governo Bolsonaro.

“Faltaram equipamentos de proteção, oxigênio, vacinas, remédios e houve mensagens falsas e insultuosas do presidente Bolsonaro sobre a Covid-19, chocando o mundo. Ainda hoje, os profissionais da linha de frente continuam desvalorizados no Brasil”, diz Rosa Pavanelli, Secretário Geral do PSI .

Até agora, os trabalhadores da linha de frente e seus sindicatos não conseguiam entender o quão mortíferas essas políticas haviam sido. Os dados, compilados pelo jornalista Marcelo Soares, do Lagom Data, com base em microdados do governo brasileiro, revelam que as mortes aumentaram mais rapidamente do que o observado na população em geral, principalmente nos meses em que faltaram equipamentos de proteção individual (EPIs) , e que o impacto da doença foi maior em ocupações com salários mais baixos e mais próximas da linha de frente: auxiliares e técnicos de enfermagem (70%) tiveram taxas de óbito mais altas que enfermeiras (25%) e significativamente mais que médicos (5% ).

Os 1.184 enfermeiros mortos impactaram diretamente no atendimento de 21.300 pacientes. Pelas proporções do Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), cada enfermeiro é responsável por até 18 pacientes e cada atendente, 9 pacientes. Já em Manaus, por exemplo, cada enfermeira atendeu 40 pacientes com a ajuda de dois atendentes.

Além disso, o estudo revela que oito em cada dez dos que morreram salvando vidas eram mulheres e quase a metade, 47%, eram mulheres pretas e pardas, normalmente mais representadas em atividades menos remuneradas. Provavelmente, dois terços desses profissionais não tinham carteira assinada, segundo cruzamento entre dados do Ministério da Saúde e informações sobre óbitos de trabalhadores da saúde nos novos dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Vacinação prioritária – De acordo com a pesquisa, nos primeiros meses da pandemia, a curva de excesso de óbitos entre os profissionais de saúde foi superior à de todas as ocupações no Brasil. Ou seja, profissionais de saúde morreram proporcionalmente mais. Em maio de 2020, o excesso de óbitos atingiu o dobro da média anterior.

Em março de 2021, com uma confluência de fatores que vão desde a pressão pelo retorno precoce às atividades presenciais, falta de equipamentos, até a lentidão do governo com a vacinação, as mortes por Covid explodiram em todo o Brasil. Os profissionais de saúde também sentiram esse impacto, mas por menos tempo.

Com a vacinação prioritária dos profissionais de saúde, a mortalidade entre eles caiu drasticamente – três meses antes do restante das profissões. O que prova que inúmeras vidas de trabalhadores poderiam ter sido salvas não fosse o negacionismo do governo Bolsonaro.

Desvalorização – Apesar de serem chamados de “heróis” no auge da pandemia, os profissionais da linha de frente ainda são desvalorizados no Brasil. Os aplausos não vieram acompanhados de melhores salários e condições de trabalho.

Em vez disso, presenciamos o impasse na aplicação da lei do piso salarial de enfermagem, que vinha sendo pressionada há anos antes da Covid e que, apesar da pandemia, continua encontrando resistência. De acordo com a lei aprovada pelo Congresso Nacional, mas ainda a ser implementada, o salário de um enfermeiro hoje deveria ser de R$ 4.750,00, de um técnico R$ 3.325,00 e de auxiliares de enfermagem e parteiras R$ 2.375,00.

O mesmo pode ser dito da tentativa do governo Bolsonaro de barrar uma lei aprovada no Congresso (Lei 14.128/2021) que prevê indenização a profissionais de saúde permanentemente incapacitados por terem adquirido a Covid-19 devido à natureza de seu trabalho ou a seus dependentes no caso de morte por Covid-19. Felizmente, o colegiado do STF (Supremo Tribunal Federal) recentemente decidiu por unanimidade que essas medidas devem ser implementadas.

Assista o vídeo:

Fonte: ISP

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