O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vetou um projeto de lei cujo principal objetivo era ampliar a prevenção do HPV no estado, levando a vacinação de crianças e adolescentes contra o vírus uma vez por ano para dentro das escolas.
Além da vacinação, a proposta criava políticas públicas de conscientização, diagnóstico e tratamento do vírus, uma das principais causas do câncer de colo de útero. Por desconhecimento da existência do vírus e até que há imunizante contra ele, um enorme número de pessoas deixa de se vacinar. A vacinação contra o HPV reduz taxas de câncer de colo de útero em até 87%, segundo estudo.
O projeto é das deputadas Marina Helou (Rede), Edna Macedo (Republicanos), Delegada Graciela (PL) e Patrícia Gama (PSDB). Foi aprovado pela Assembleia Legislativa paulista no dia 8 de agosto.
De acordo com o texto, um calendário estadual de vacinação que seria iniciado em março garantiria a vacinação contra o vírus. Um contingente de agentes de saúde faria a imunização dos alunos, como as antigas campanhas que existiam nas escolas estaduais.
Atualmente, a vacina é aplicada pelo SUS. Podem receber a imunização meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos e imunossuprimidos de 9 a 45 anos.
Para a presidente do Sispesp, Kátia Rodrigues, a medida é mais uma iniciativa é mais um episódio de negacionismo perverso, o mesmo que foi adotado pelo bolsonarismo durante a pandemia da Covid-19.
Kátia ressalta que o vírus é uma das maiores causas de câncer de colo de útero e a vacina reduz em 80% os riscos de desenvolver a doença.
“A iniciativa teria o potencial de ajudar a evitar que meninas e mulheres do nosso estado morram por uma doença que podemos previnir. Porque o projeto leva em consideração justamente o risco que o HPV oferece, sobretudo às mulheres, e o baixo índice de vacinação registrado nos postos do SUS. É um absurdo que o governador Tarcísio vete um projeto importante como esse”, afirma a presidente do Sispesp.