Nem a falta de energia elétrica atrapalhou a disposição dos representantes de cerca de noventa entidades de servidores que participaram, na quinta e sexta-feira (23 e 24), do 1º Encontro dos Servidores Públicos do Estado de SP, no Centro do Professorado Paulista (CPP), na Capital.
O evento híbrido, organizado pela Frente Paulista em Defesa do Serviço Público, contou com a participação de centenas de pessoas (presencial e virtual), além de parlamentares como a deputada federal Luciene Cavalcante, o deputado estadual Carlos Giannazi e do Vereador Celso Giannazi, todos do PSOL. Na coordenação Lineu Mazano, presidente da Fessp-Esp e do Sispesp; e José Gozze, presidente da Assetj, Fespesp e Pública Central do Servidor.
Na pauta, a articulação contra a Reforma Administrativa iniciada pelo governador Tarcísio de Freitas, que pode afetar mais de 1,2 milhão de servidores. As lideranças reivindicam representação no Grupo de Trabalho criado pelo governo para discutir propostas para o funcionalismo público, justamente os mais atingidos pela iniciativa.
Na abertura do evento, a análise de conjuntura ficou por conta do supervisor-técnico do Escritório Regional do Dieese em São Paulo (ER-SP), Victor Pagani, que avaliou o atual cenário político e econômico e apontou as perspectivas para os trabalhadores do setor público no atual governo estadual.
O economista destaca que é essencial que o funcionalismo se articule e atue de forma unitária, pensando no ciclo orçamentário. “Para o próximo ano é importante tentar a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária que garanta recursos para a valorização dos servidores”, alerta.
Vitcor lembra que, aprovado o projeto, existe uma margem de 20% que pode ser remanejado. “É uma disputa pela utilização dos recursos públicos. Fator que torna a natureza da negociação mais complexa”, destaca o economista do Dieese.
Na avaliação de Pagani, é importante ganhar o apoio da sociedade. “Não basta só pressionar o governo, mas também informar a sociedade, que deve estar ao lado dos servidores. Portanto, o trabalho deve ser feito com as categorias, mas também com quem usa o serviço público em geral”, resume.
No período da tarde, os participantes foram divididos em Grupos de Trabalho por segmento, a fim de debater e definir as demandas específicas de cada setor.
No segundo dia, em plenária no auditório do CPP foram apresentados os relatórios dos de cada grupo. As propostas serão sistematizadas e farão parte do documento que balizará as lutas do funcionalismo no estado.
A integra do documento, que será apresentado na próxima reunião da Frente na segunda-feira (6), será encaminhado ao governador, às secretarias de Estado, parlamentares da Assembleia Legislativa de São Paulo e à imprensa.
Fotos: Lucas Celegatti | por Assetj, Fespesp e Pública Central do Servidor