Audiência pública, realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quinta-feira (19), discutiu os recursos destinados à dívida pública do Estado de SP.
O Sispesp participou do evento, promovido pelos deputados Carlos Giannazi (Psol) e Antônio Donato (PT), com palestra de Maria Lucia Fatorrelli, coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida.
Segundo Maria Lúcia, bilhões de reais que poderiam ser direcionados a políticas públicas e investimentos em setores fundamentais da sociedade, como saúde e educação, são destinados ao pagamento de juros da dívida pública do Estado e da União a bancos e outros credores nacionais e internacionais.
"Esse sistema da dívida tem sido um mecanismo de subtração de riquezas para direcioná-las, principalmente, ao setor financeiro. Isso tem que mudar, para que os recursos cheguem aonde têm que chegar, ou seja, às políticas públicas sociais", afirma a auditora.
Frente - O deputado Giannazi adiantou a intenção de criar uma Frente Parlamentar para discutir com mais profundidade a questão. "Temos vários deputados que querem debater isso e impedir que esse dinheiro seja sangrando para a especulação. Da forma correta, essa quantia ficaria aqui em São Paulo, para a Educação, Saúde, universidades públicas, para o Sistema Único de Saúde e a Assistência Social", comentou o parlamentar.
BC - O deputado Donato também defendeu uma maior clareza no debate, cogitando a possibilidade de convidar um representante do Banco Central para debater a questão. "Essa questão deve ser apresentada com clareza para a sociedade, porque ela se reveste de todo um economês e uma linguagem técnica como se não fosse, na verdade, uma disputa política para repartir os recursos públicos”, argumentou.
Lineu Mazano, presidente da Federação dos Servidores no Estado de SP (Fessp-Esp) e segundo vice-presidente do Sipesp, enfatizou a importância do conhecimento sobre o tema. “Diariamente pagamos impostos. Mas esses valores, que em tese deveriam ir para a aplicação em políticas públicas, na verdade só amortizam uma dívida que já foi paga outras vezes, mas que sempre cai no problema das taxas abusivas de juros praticadas pelos bancos. Dessa forma, nunca conseguimos investir de verdade em áreas que precisam. Nosso dinheiro acaba sempre indo para o sistema financeiro, que enriquece às custas da população que mais precisa de políticas públicas”, conclui Lineu.
O Sispesp integra o Núcleo -SP da Auditoria Cidadã da Dívida, mais de duas décadas se dedica a jogar luz a uma questão repleta de detalhes técnicos que não costuma chegar de forma mais simples ao grande público.
Para a presidente do Sindicato, Kátia Rodrigues, fazer esse trabalho de esclarecimento é fundamental. “Precisamos levar esse debate com maior clareza à sociedade. Por isso, iniciativas como essa, são essenciais. O Sispesp é um dos apoiadores”, destaca ela.